http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4837
em 07 de maio de 2006
Resumo: Que reação mais contundente é essa que muitos esperam ver, diante dos desmandos petistas? O povo nas ruas? Ora, o povo não vai às ruas sozinho. Deve haver uma organização por trás da sua movimentação.
© 2006 MidiaSemMascara.org
Vamos ser claros de uma vez por todas: o aparelho petista (com destaque para CUT, UNE e MST) e a coligação latino-americana da ditadura populista já deixaram evidente que, nas próximas eleições, só pode dar Lula, por bem ou por mal. O próprio auto-ungido líder dessa aliança latino-americana, Hugo Chavez, presidente da Venezuela, veio ao Brasil e disse que, agora, devemos ficar com Lula e, depois, que venha Stédile (um dos líderes nacionais do MST), como seu sucessor "natural" (1).
Foi em Curitiba, ao falar para uma multidão de militantes da Via Campesina, MST, sindicalistas e estudantes que Chávez, além de chamar Lula de "herói do Brasil", defendeu a reeleição do "companheiro", dizendo que os movimentos populares não podem permitir que a direita volte ao poder. O PFL (Partido da Frente Liberal) denunciou que o presidente venezuelano tem um "projeto" para o Brasil que passa pela reeleição de Lula, pela atuação urbana do MST (com a ocupação de áreas não edificadas e de residências consideradas de luxo), pelo controle das Universidades (transformando-as em bases de ação) (2) e pelo controle de ao menos uma rede de comunicação de massa (comprando redes de rádio e TV, com dinheiro venezuelano). Chavez já estaria ajudando a campanha de Lula com o pagamento de marketeiros que estariam servindo ao candidato. Um dos coordenadores "informais" da tal campanha seria o senhor José Dirceu de Oliveira (é ele mesmo!) que, inclusive, já teria negociado com o mandatário da Venezuela um "gás" de US$ 4 milhões de dólares para manter o PT no Planalto.
A mim muito me admira que as pessoas estejam todas estarrecidas com a falta de reação do povo, para cobrar atitudes mais severas por parte do Congresso e de outras Instituições, diante dos desmandos do PT e da divulgação dos sucessivos casos de corrupção e crimes praticados pelo atual governo, principalmente depois da denúncia do Procurador Geral da República, Antonio Fernando Souza, afirmando claramente que 40 pessoas, intimamente relacionadas com o atual Presidente, formaram uma quadrilha de cujos atos o maior beneficiário teria sido o próprio Presidente, não só para chegar ao poder, como para se manter nele por longos anos.
Entretanto, parece que parte da imprensa, do Congresso, do Ministério Público e da Polícia Federal têm feito tudo que esteja ao alcance da legalidade para escancarar a criminalidade governamental através de denúncias, de pressão política, de investigações e até de indiciamentos de inúmeras pessoas por diversos crimes. Ou mal ou bem, políticos foram cassados e figuras importantes do governo perderam seus cargos. O governo é que está usando o "aparelhamento militante" que montou na sociedade e no Estado brasileiros para impedir que, dentro da legalidade e do regime democrático, seja possível colocar um ponto final nisso que insistem em chamar de "crise política", quando na verdade todos sabemos tratar-se de um golpe no Estado, para tomar o poder e fazer do Brasil uma ditadura branca disfarçada de democracia.
Que reação mais contundente é essa que muitos esperam ver? O povo nas ruas? Ora, o povo não vai às ruas sozinho. Deve haver uma organização por trás da sua movimentação. Quem coloca a população na rua para protestar são movimentos organizados, devidamente financiados, e que, ainda por cima, possam contar com o apoio e incentivo da mídia de grande alcance, principalmente a televisiva. Foi assim com as Diretas Já e com os Caras Pintadas, no episódio do impeachment do Presidente Collor. Espero sinceramente que, nesta altura do campeonato, ninguém ainda ache que toda aquela gente na rua tenha sido obra do sentimento incontrolável de indignação e de patriotismo de cada um. A própria organização petista tem muito a ver com tudo aquilo.
Agora não é mais assim. Primeiro, porque grande parte da imprensa está inteiramente envolvida com o projeto de poder do PT. Segundo, porque há muitas "vítimas" no empresariado, no Congresso e dentro das próprias Instituições, de material de chantagem do partidão – velha e conhecida tática comunista. Roberto Jefferson manifestou-se como exceção ao "abrir o jogo e dar a cara a tapa" e, por isso mesmo, foi logo emparedado (ainda que justamente, como deveria ter acontecido com todos os envolvidos – coisa que não vem ocorrendo) e serviu de exemplo. Nesse mesmo sentido (o de servir de exemplo), temos ainda Celso Daniel (ex-Prefeito de Santo André), oito testemunhas do caso de seqüestro e morte desse ex-prefeito, e Toninho do PT (ex-Prefeito de Campinas) – todos assassinados.
Em terceiro lugar, e o mais grave de todos os motivos, é o medo. Não há condições de segurança para que haja uma mobilização de pessoas ordeiras para exigir punições, responsabilização de Lula sobre os crimes contra a Nação ou mesmo manifestações explícitas de que os brasileiros não querem Hugo Chávez dando palpites aqui dentro de nosso país, como se fosse o quintal da Venezuela. Uma coisa é ir para as ruas e correr o risco de ser preso ou de tomar umas cacetadas da Polícia. Outra coisa bem diferente, é ser agredido por agentes mandados do tráfico de drogas, em algumas cidades e por fanáticos radicais alucinados (muitos dos quais treinados com táticas de guerrilha urbana - a milícia petista), que não estejam sob as limitações da lei para agir.
É isso que ninguém ousa dizer ou admitir: estamos perdendo o Brasil para um bando de recrutas armados de ideologia comunista, radicalismo, ódio e violência – todos escancaradamente financiados pelo "Estado do PT", com dinheiro dos cofres públicos e quiçá vindo de fora do País. Reféns da fantasia revanchista e da falsa democracia que toda a sociedade ajudou a construir - por omissão ou conivência - nas escolas, nas universidades, na mídia e em todos os cantos, as pessoas não têm coragem de admitir que, novamente, precisam de um braço armado para tirar os lunático-populisto-comunistas do poder (que elas mesmas lhes entregaram, pelas mãos da democracia). Ninguém admite que 1964 esteja batendo à porta do Brasil outra vez e que, afinal, ao que parece, algumas das prisões e das perseguições feitas durante os chamados "anos de chumbo" não eram tão injustificadas assim, já que está cada vez mais evidente que muitos dos que diziam estar lutando pela democracia, hoje demonstram que não são tão democratas quanto se diziam ser e muito menos tão éticos e honestos quanto se faziam parecer. (O presidente da Comissão de Anistia, Marcello Lavenère, outro dia deu 100.000 reais de indenização a José Genoino, por exemplo, um dos onze petistas denunciados pelo procurador-geral da República, como assaltante dos cofres públicos).
Não é possível que ainda haja quem acredite que essa gente vá largar o poder pelos resultados das urnas (se é que se possa confiar nelas). Nada é capaz de parar essas pessoas. Basta olhar para o que está acontecendo à nossa volta: José Dirceu circula para lá e para cá, articulando, por fora, a campanha para a reeleição de Lula; Paulo Okamoto segue, até hoje, blindado por "forças judiciais", sem explicar como e porquê pagava as contas de Lula; Antônio Palocci vive nababescamente, bem acima de suas posses, apesar de já ter sido indiciado em vários inquéritos policiais e de não mais fazer parte do Governo. Pior: Lula, em discurso para petistas no 13º Encontro Nacional do PT, no dia 28 de abril, cita nominalmente estes "companheiros" como vítimas de perseguição política, que nada fizeram de errado – diga-se: intensamente aplaudido por correligionários e militantes.
O Presidente passeia em campanha velada, falando mentiras aos quatro cantos do País, com dinheiro da União, sem que nada seja feito para colocar um ponto final nisso. Lula distribui o Bolsa Família para comprar o voto de miseráveis e de aproveitadores, xinga fazendeiros de caloteiros e mente que as elites capitalistas não querem que ele faça um governo para melhorar as condições de vida do povo – incoerentemente, como se capitalista não gostasse e nem precisasse de um povo consumidor. Ao mesmo tempo, o Presidente usa o dinheiro público para financiar uma milícia de arruaceiros que ameaçam a sociedade com seus atos de vandalismo e sua violência.
Todo mundo sabe que, em reunião do Conselho Federal da OAB, marcada para o próximo dia 8 de maio, será votado relatório para analisar a viabilidade jurídica de uma ação por crime de responsabilidade contra Lula. Para quem clama por reações, esta é uma reação legal da sociedade, representada pela OAB. Esboçam-se, desde já, as reações. Lula mandou um recado: "Se vierem com essa conversa de impeachment, vou para as ruas denunciar que querem dar um golpe de Estado". É claro que o presidente está demonstrando claramente que não abrirá mão do recurso à estratégia chavista (3) de dividir a sociedade para continuar reinando. Divisão esta, aliás, que terá sido a única obra realmente bem feita pelo atual governo – legado que os brasileiros terão muita dificuldade para combater e pelo qual será lembrado o desastre do governo petista.
João Felício, presidente da CUT, disse em entrevista ao Blog do Josias: "Se algum tresloucado neoliberal avançar nessa direção (a de aprovar um pedido de impeachment de Lula), nós vamos reagir"... "Espero que a OAB não entre com uma proposta dessa natureza. Falar em impeachment do Lula é loucura. Vai dividir o país"... "Para pedir impeachment, precisa ter um fato muito concreto. Não pode ter ilação" (essa palavra virou moda entre esse pessoal. Lula vive repetindo)... "Na denúncia do Ministério Público não aparece a responsabilização do Lula"... "Quem quiser o poder que vá às urnas. O Lula tem suporte popular. Se for preciso, vamos provar isso. Quem tentar (pedir o impeachment) vai dar um tiro no pé"... "Temos uma base de associados de 7,2 milhões de trabalhadores"...
O presidente da OAB, Roberto Busato, respondeu: "O impeachment será analisado de forma isenta, sem procurar a penalização a qualquer custo ou a inocência a um preço de sermos acusados de omissos". Busato afirmou que a entidade não cederá a pressões políticas, tanto do governo quanto da oposição: "O noticiário da imprensa informa que lideranças que manipulam movimentos populares, mas que se mostram populistas e autoritários em seu perfil e conduta, ameaçam reproduzir em nosso país estratégia de divisão da sociedade caso a crise política brasileira tenha desfecho que lhes desagrade. Ameaçam colocar nas ruas, em franca hostilidade contra as classes média e alta, massas de trabalhadores desempregados e subempregados. Ameaçam em suma a paz pública e tentam intimidar a sociedade civil, sonegando-lhe o direito à livre manifestação. Agem como golpistas e têm o desplante de querer imputar a nós essa pecha, que cabe apenas a eles".
Representantes de ONG(s) ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (sem personalidade jurídica), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), em reunião com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, dia 25 de abril, planejam para junho uma grande manifestação pró-Lula, como reação a um eventual pedido de impeachment do presidente, pela OAB. Estas entidades receberam mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos nos primeiros três anos de mandato do Lula (4), sem levar em conta repasses feitos por estatais, que fogem ao controle do Sistema Informatizado de Acompanhamento de gastos federais (Siafi). Para a comemoração do próximo Primeiro de maio, por exemplo, a CUT recebeu da Petrobras e da Caixa Econômica R$ 800 mil (Folha de São Paulo – 30/04/2006). Em 22 de julho de
As ONG(s) ligadas ao MST foram as que mais ganharam. A Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola), a Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária) e o Iterra (Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária) receberam, nos três primeiros anos do mandato de Lula, quase R$ 30 milhões. As duas primeiras foram chamadas a devolver R$ 15 milhões aos cofres públicos, pelo TCU, por irregularidades em convênios feitos, em sua maioria, no governo Lula. Entretanto, a Anca já recebeu, só neste ano, R$ 2,9 milhões, segundo registros do Siafi.
A Ouvidoria Agrária Nacional revela que o governo petista acumulou 770 invasões a imóveis rurais em todo o país, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2005 - 67% (516) das quais organizadas pelo MST. No mesmo período, a quantidade de assassinatos em conflitos agrários avançou 63%. Quando Lula venceu as eleições, no final de 2002, depois de apenas seis meses, a quantidade de famílias acampadas pulou de 60 para 200 mil, sendo a maioria delas do MST. Havia a expectativa de que o governo fizesse a reforma agrária segundo os padrões petistas.
Em julho de 2003, o TCU mandou suspender o repasse às centrais sindicais, depois de apurar o desvio de dinheiro do Planfor, programa para capacitação profissional. O Ministério do Trabalho apurou desvio de R$ 9,9 milhões por parte da CUT, mas entendeu que a suspensão dos repasses se limitava ao Planfor e manteve os pagamentos destinados ao Plansine, que cuida da recolocação de desempregados no mercado de trabalho. A CUT também vem recebendo repasses do Ministério da Educação para programas de alfabetização. A Força Sindical, também condenada pelo TCU, continuou recebendo dinheiro público.
Diante de todo este lamentável quadro, as já famosas manifestações indignadas de personalidades públicas como as do ator Lima Duarte, do comentarista Arnaldo Jabor e da atriz Cristiane Torloni ficarão apenas como as que tantos outros brasileiros têm feito pela mídia a fora – expressões isoladas de cunho particular. Porque, dentro da legalidade, tem havido reação sim, como temos visto todos os dias na Internet e na mídia de um modo geral. Se é o povo nas ruas o que falta e o que querem as personalidades indignadas, isso só poderá acontecer sob a proteção de forças policiais ou das Forças Armadas e pela conclamação geral e inflamada, através de um veículo de comunicação de massa – um só que seja. Quem é que vai bancar isso, não só financeiramente, mas também política e particularmente?
Senhores, nós brasileiros, pacíficos e democratas em sua maioria, estamos sós. Não temos governo, nem polícia, nem Instituições, nem grupos organizados, nem Forças Armadas e nem figuras políticas que sejam capazes de fazer o impronunciável necessário para lutar por nossa liberdade e pelo nosso Estado democrático. Como bem disse Olavo de Carvalho: "Não há condições, na verdade, para fazer nada contra a elite petista dominante, porque ela personifica historicamente a autoridade moral do esquerdismo, que domina de tal modo os corações e mentes deste país que mesmo os acusadores mais ferozes dos crimes do governo insistem em mantê-la intacta. A construção dessa autoridade postiça... foi ela mesma uma parte integrante da longa e discreta montagem do império petista do crime... Aos descontentes resta apenas o direito de resmungar".
(1) Só para lembrar: Stédile teve função decisiva no episódio da invasão e destruição das instalações da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro (RS), dia 8 de março. O Ministério Público gaúcho denunciou 37 pessoas ligadas ao MST e à Via Campesina por dano e furto qualificados; formação de quadrilha e bando armado; seqüestro e cárcere privado; e lavagem de dinheiro. Um dos acusados é João Pedro Stédile. Esse é o homem de Chávez.
(2) Brasil e Cuba debatem cooperação no ensino superior - http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=1085.
(3) Há três anos Hugo Chávez, presidente da Venezuela, sentindo-se politicamente acuado, dirigiu-se diretamente ao lumpesinato venezuelano colocando massas de trabalhadores e desempregados nas ruas, em atitude de hostilidade à classe média e às elites. O país viveu meses de turbulência e insegurança. Mostrando comando sobre as massas, Chávez intimidou seus adversários e deu seqüência a seu governo. ( Ruy Fabiano, blog do Noblat (20/04/06)).
(4) Uma consulta ao Siafi, o sistema informatizado das despesas feitas com o Orçamento Geral da União (OGU), feita pela assessoria do PSDB na Câmara, revela como o governo Lula está aparelhando a CUT e a UNE com recursos públicos, entre os anos de 2003 e 2005.
A CUT A ESCOLA SINDICAL SÃO PAULO/CUT A UNE R$ 1.060.000,00 R$ 55.000,00 2003 R$ 4.640.201,00 R$ 600.000,00 2004 R$ 12.656.840,00 R$ 400.000,00 2005 R$ 13.150.363,00 R$ 1.270.649,00
Nenhum comentário:
Postar um comentário